Dilma conseguiu uma façanha: ninguém está feliz com ela. Há duas manifestações marcadas contra o governo nesta semana: dia 13 e dia 15.
No dia 13, marcada pela CUT, manifestam-se aqueles que estão infelizes com a mudança na política do governo, que assumiu um linha de austeridade e aperto fiscal, que tocou em alguns direitos trabalhistas, ao mesmo tempo em que aprofunda sua submissão a uma coalizão fajuta e conservadora. Valorizam os avanços sociais dos últimos 12 anos e o emprego ter se mantido alto nesse período, mesmo com crise internacional. Como solução, defendem uma reforma política onde o principal ingrediente é a proibição do financiamento de campanhas por empresas, a taxação de grandes fortunas e juros mais baixos. É um grupo formado por movimentos sociais e simpatizantes, que defende a justiça social. É apoiado por sindicatos. Chamam o outro grupo de "coxinhas". Para estes, os casos de corrupção são resultados do sistema político, que induz uma promiscuidade entre empresas e políticos.
No dia 15, manifestam-se os que estão furiosos com a corrupção noticiada pela mídia, mas que não gostam das políticas que os manifestantes do dia 13 defendem. Criticam o baixo crescimento econômico dos últimos anos e não gostam do bolsa-família. Este grupo acredita que as medidas recentes do governo Dilma são corretas, e votou nos candidatos que declaravam abertamente que seguiriam esse caminho. Como solução para sua insatisfação, defendem o impeachment da presidente e cadeia para os corruptos do PT (eles não focam muito nos corruptos dos outros partidos, bem mais numerosos, aparentemente). Não defendem mudança na lei ou no sistema político. É um grupo formado por novos militantes que descobriram a cidadania virtual e depois as ruas, e que defende a meritocracia. Há indícios de que é apoiado por grandes empresários. Chamam o outro grupo de "petralhas". Para este grupo, a corrupção no governo é um problema moral.
A manifestação do dia 13 é da esquerda.
A do dia 15, é da direita.
Não vá na manifestação errada!