PT e PMDB, vendo a movimentação em torno da #Rede e do novo partido que será formado pela fusão do PPS e PMN, o que beneficiaria as candidaturas de Marina Silva (Rede) e Eduardo Campos (PSB), resolveram tentar neutralizar as ameaças limitando tempo de TV e acesso a fundos. Foi um tiro no pé, pois cria simpatia com a #Rede, pega mal para o governo Dilma e cria um movimento de solidariedade a esses novos partidos.
Políticos de vários partidos têm se posicionado contra a nova lei (incluindo os governistas Jorge Viana e Rodrigo Rollemberg) e muitos têm assinado publicamente seu apoio à Rede. Militantes, inconformados com o casuísmo do governo, têm se juntado aos esforços de coleta de assinaturas em apoio à #Rede. Marina ganhou mais evidência e um pretexto para conversar com políticos de todos os partidos.
Então, ao contrário de enfraquecer Marina, isso a fortalece e pouco a afeta de forma efetiva. Isto porque ainda há coligações. Algumas poucas coligações darão à #Rede bastante tempo de campanha na TV e também fundos para apoio aos candidatos majoritários. Os movimentos que a #Rede terá que fazer para superar esses desafios (coligações) são as preliminares dos movimentos que teria que fazer se fosse governo.
Além disso, como boa parte da campanha da Marina nas eleições de 2010 foi de voluntários e baseada na Internet, o tempo de TV não afetará tanto assim. Marina é hoje a única candidata que mobiliza o voluntarismo dessa forma, mesmo de quem não é filiado ou militante do partido. O mesmo está acontecendo com a #Rede.
O PT já foi assim, mas não é mais. Ao usar táticas casuísticas e manipulação das regras, o PT mostra que pensa que "os meios justificam os fins". O problema disso é que, na política, os meios são os fins, e o governo ao usar qualquer meio, vai tornando a política ainda pior. Nesse contexto, #Rede fica mais essencial ainda, pois resgata o sentido da política (nome que vem de polis=cidade), que é a cidadania (termo com a mesma origem, mas com um significado muito mais amplo e profundo). Esse resgate deveria contaminar todos os partidos, e é o que Marina busca fazer, ou acaba fazendo, quando busca o apoio dos bons políticos de todos os partidos contra essas manobras.
Para o PT, pode servir para resgatar suas boas práticas ou soterrá-las de vez. É significativo que políticos como Jorge Viana e Eduardo Suplicy se oponham ao casuísmo, e mostra que, por baixo do pragmatismo, há um PT vivo e ético. Entretanto, corre-se o risco de o governo acirrar ainda mais no uso dessas táticas ilegítimas, e com isso, bater mais ainda no próprio pé e perder aqueles idealistas que ainda acreditam no PT e toleram (é bom o governo prestar atenção: apenas toleram) práticas que antes condenavam.
Cuidado com os pés, Dilma!
Atualização: quando o PL estava passando pelo Senado no dia 24/4/13, o governo não conseguiu reunir quorum para a votação. Ao mesmo tempo, mandado de segurança do Senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF) fi acolhido pelo Ministro Gilmar Mendes no Supremo, que concedeu liminar suspendendo as votações do PL até que o assunto seja julgado no plenário do STF. Enquanto isso, o congresso prepara outro golpe, que inclui a possibilidade de o congresso anular decisões do STF, uma clara ameaça à democracia baseada no equilíbrio dos poderes. Também não gostei de alguns dos resultados do STF ultimamente, mas isso não é motivo para anular seus poderes, e sim para que se toma mais cuidado nas indicações dos juízes. Se algo grave acontece, o juiz pode ser cassado, não os poderes da instituição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários agressivos ou caluniosos não serão aprovados