quinta-feira, 20 de junho de 2013

Manifestações grandiosas com demandas medíocres

Demandas medíocres
As manifestações que estão ocorrendo são grandiosas, mas as demandas recentemente divulgadas por um vídeo e na ilustração ao lado são pequenas, medíocres, e incapazes de gerar resultado significativo. Eu me pergunto se foram mesmo elaboradas pelo MPL ou se já representam uma tentativa de cooptação.

Embora sejam justas, o alcance das "5 causas" mudará pouco a vida das pessoas:
  • A PEC 37 é ruim, mas não impedirá o MP de investigar crimes por meio da polícia. 
  • Renan na presidência do Senado é uma vergonha, mas a acusação de corrupção contra ele é um caso pequeno comparado com outros escândalos, inclusive com as acusações contra o presidente anterior, José Sarney, contra quem poucos se manifestavam. 
  • As irregularidades da Copa serão investigadas pelos órgãos competentes, que têm funcionado e devem funcionar de acordo com a lei (talvez a lei precise ser mudada). 
  • Corrupção ser crime hediondo parece bom, mas pode também assustar muitos funcionários públicos, fazê-los ter medo de decidir e tornar tudo muito burocrático e lento. 
  • Fim do foro privilegiado parece bom, mas vimos no mensalão que este foro não é tão privilegiado assim, e que as condenações foram mais rápidas em uma instância só. 
A proposição dessas demandas revela que quem as propôs teve pouco tempo para refletir sobre seus próprios objetivos, ou que seus objetivos são só ligados ao controle da corrupção, o que é pouco comparado com a agenda específica da "passe livre". 

5 causas que valem as manifestações pelo Brasil

Quais deveriam ser as demandas? Posso sugerir 5 demandas mais importantes e que trarão impactos positivos reais na vida das pessoas:
  • Transporte público de qualidade (deveria continuar, já que foi o estopim).
  • Reforma política: que acabe com esse regime de democracia de coalizão e reduza a influência do poder econômico nas eleições.
  • Reforma tributária com sustentabilidade: que dê racionalidade à arrecadação e ao uso dos impostos. 
  • Dobrar o investimento em educação, com elevação dos salários dos professores, destinando 100% dos royalties do pré-sal à educação. 
  • Respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, com continuidade das demarcações das terras indígenas, a retomada da criação de unidades de conservação, e a saída de Marcos Feliciano da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. 

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