Ilustração do site Congresso em Foco |
Dilma caiu 21 pontos. Marina cresceu 7. Aécio, 3. Eduardo Campos, 1. Margem de erro de 2%. Somando, os adversários receberam 11 (+ ou - 2) dos 21 pontos que Dilma perdeu. Dá para cantar vitória?
Não. Pelo menos 10 % (+ ou - 2) foram para ninguém. Ou seja, todos enfrentam agora a rejeição aos políticos. O eleitor não quer papo com esses candidatos, seja Dilma, seja seus adversários. Pelo menos, não agora. Interessante é que Campos já vinha subindo lentamente, provavelmente mais um resultado de o eleitor conhecê-lo do que de uma mudança de ideia sobre Dilma. Da mesma forma, Aécio, que deve estar faturando sobre os indecisos, vai se deixando conhecer. Marina, sim, pode ter recebido votos de Dilma: até 7% (+ ou - 2)!
Ou seja, houve migração de eleitores de Dilma para Marina, mas boa parte dos eleitores de Dilma ainda estão por aí sem candidato. Dificilmente irão para Aécio. Poderão voltar para Dilma, ou ir para Marina ou Eduardo Campos. Ou poderão continuar rejeitando os políticos.
É interessante que a intenção de votos para Dilma coincide exatamente com a proporção dos brasileiros que acham que o governo é ótimo/bom. Ou seja, os que acham o governo regular (47%) não estão dizendo ainda que votarão na presidente. Mas a maioria vai, mesmo que neste momento diga que não. Especulando, então, embora a pesquisa aponte 30%, a intenção real de voto em Dilma, se a eleição fosse hoje, seria de pelo menos 40%. Se Campos não se candidatar, uns 45%, sobrando 42% para Marina e Aécio. Então, se a eleição fosse hoje, Dilma ainda ganharia no primeiro turno.
Também é interessante notar que a maior adversária de Dilma é Marina. Marina passa a credibilidade de uma política honesta, que é o que o eleitor deseja. Se partido em formação, ao pedir assinaturas para apoiar o registro, está fazendo campanha política, por tabela, uma vez que Marina é a única figura de expressão. E o que Marina e o Rede Sustentabilidade propõem? Uma agenda de reforma política e a agenda da sustentabilidade.
A agenda da reforma política vai se esvaziar quando a reforma política for concluída. Restará a agenda da sustentabilidade. Então, petistas, eis onde deveria estar seu foco (além da reforma política): sustentabilidade.